domingo, 1 de dezembro de 2013

Você sabia?

Excesso de gordura nas artérias facilita a disseminação do câncer de mama


O colesterol, a molécula de gordura que se acumula nas artérias e contribui para infartos e derrames, tira mais uma carta da manga. Um subproduto da sua síntese, chamado de 27-hidroxicolesterol, ou simplesmente 27HC, traça a conexão da já temida substância ao crescimento e à propagação dos tipos mais comuns do câncer de mama. A relação foi observada há alguns anos na clínica médica, mas ainda não tinha uma explicação molecular clara. A descoberta dos caminhos dessa ligação foi feita em camundongos e amostras de tecidos tumorais humanos e ainda é preliminar. No entanto, pode apontar para novas medidas de prevenção da doença.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, explicam que, ao ser metabolizada pelo organismo, a 27HC se transforma em uma molécula muito potente e parecida com o estrogênio. Ela foi capaz de acelerar o crescimento dos tumores em camundongos e, possivelmente, em humanos. “O que temos agora é uma molécula encontrada — não é, em si, o colesterol, mas um metabólito abundante de colesterol, chamado 27HC, que imita o hormônio estrogênio e pode dirigir de forma independente o crescimento do câncer de mama”, detalha o autor sênior da pesquisa, Donald McDonnell, também presidente do Departamento de Farmacologia e Biologia do Câncer na Universidade Duke.
O trabalho foi publicado hoje na revista científica Science e mostra que a descoberta-chave do estudo vem de uma análise anterior dos mesmos autores, quando eles determinaram que a 27HC se comportava de forma muito semelhante ao hormônio feminino. Isso porque o estrogênio conhecidamente alimenta cerca de 75% de todos os tumores de mama. O oncologista-clínico do Centro de Câncer A.C. Camargo Tadeu Ferreira de Paiva Júnior conta que os receptores hormonais estão espalhados por vários locais do corpo, incluindo o útero, o ovário e as mamas. Uma condição de alta concentração do estrogênio levaria a uma aceleração da evolução do câncer e do risco de vida do paciente.
Fonte: Robson Pires
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