Os MEUS saudosos professores da minha antiga escola primária.
Minha primeira Professora primária
Elóia Fernandes de Almeida Minha segunda Professora primária
Antônia Zenilda Maia
Meu terceiro Professor primário.
Francisco Gomes Brilhante
Minha quarta Professora primária
Sebastiana Silvério da Silva
Minha também Profª e SAUDOSA MÃE:
Bernadeth Andrade Minha saudosa Escola
primária
primária
Por Aurivânio Andrade.
Vasculhando com a “vassoura da
saudade”, as prateleiras imaginárias da minha aguçada memória, por sinal, onde
guardo até hoje, as lembranças do meu inesquecível tempo de criança, encontrei
um arquivo ainda intacto, porém, já um pouco amarelado pelas garras facínoras
do tempo datado de 1980 e alguma coisa; e, ao abri-lo, estava lá, além de
parte da minha infância, parte também da história dos meus SAUDOSOS e
INESQUECÍVEIS PROFESSORES da minha antiga e saudosa escola primária, que
apresentarei agora, de maneira inédita aos meus RARÍSSIMOS leitores.
Épocas de anos difíceis por aqui.
Sobrevivíamos a várias secas, dentre estas, a de 1981, 1982 e 1983. A primeira
foi denominada pelos camponeses de “SECA VERDE”. Essa expressão cultural “seca
verde” originou-se devido às poucas chuvas ocorrida no nosso sertão, deixando
apenas, a vegetação verde. Muitos jovens haverão de perguntar: E o que isso tem
haver? De pronto respondo: Depende. Pra geração daquela época, que vivia exclusivamente
do meio rural, TUDO. Se fosse ao tempo da geração de hoje, talvez, NADA.
A primeira seca(verde) que presenciei
ocorrera ano 1981. Não lembro com riqueza de detalhes, uma vez que eu era muito
pequeno. A única coisa que me lembro, é que apesar da minha saudosa MÃE “Dona Bernadeth” me educar em casa;
nesse dito ano, eu começava a frequentar, pela primeira vez, a minha 1ª Série primária no meu
saudoso Grupo Escolar.
A seca de 1982 ocorrera no estão
governo do atual Senador e Governador à época, José Agripino Maia. A mesma fora
marcada por diversas frentes de trabalho, a qual era inspecionada pelo - DENOCS (Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas). Essas frentes de trabalho era uma espécie de “socorro emergencial”, cujo objetivo
era “socorrer” e "iscar" o voto dos
camponeses e de suas famílias. Esse ato político se materializava com as distribuições
dessas “frentes de trabalho”
denominadas de“EMERGÊNCIA” onde os
trabalhadores HOMENS, ADOLESCENTES e
MULHERES; sim, MULHERES, eram
inscritos ou “alistados” para trabalharem nas feituras de estradas, açudes,
cacimbões etc.: Por sua vez, estes, eram remunerados com uma quantia em
dinheiro, chamada de “PAGA” e uma
espécie de “cesta básica” que tinha
como principal gênero alimentício o conhecido e “desgraçado” feijão preto. Quem tem 40 anos ou mais,
sabe o que estou dizendo. Confesso que o gosto amargo daquele “desgraçado” tipo
de feijão, me persegue até hoje, quando lembro que mesmo sem gostar eu era “OBRIGADO” a come-lo. Sobrevivido o ano
de 1982, ou melhor, a seca de (82), havia rumores de que outra terrível seca
nos castigava pela frente. E para mais um martírio nosso, a miserável e
anunciada seca ocorrera. Era o ano de 1983. A notícia de mais essa seca, só era
amenizada por outra notícia, qual seja a construção da tão sonhada e ainda (HOJE) decepcionada, obras do Açude Forquilha que apesar de ter as suas
obras ainda iniciadas no dito ano, a mesma não pode ser concluída devido o
inverno rigoroso do ano seguinte (1984). Este ultimo (inverno), veio para
aliviar e quem sabe até, salvar a minha tão sofrida e já massacrada geração.
Durante o inicio das obras, nós estudávamos no pátio da nossa Escola – Escola Estadual Ozéas Gomes, Por sinal,
ela era naquela época, referência na EDUCAÇÃO infanto
juvenil da nossa cidade. A mesma compunha-se de uma estrutura física muito pequena:
Uma cozinha, uma pequenina sala onde funcionava a Secretaria, dois banheiros, duas
salas de aula e um pequeno galpão que servia para a nossa recreação. Todavia, a mesma
(escola), contava com três turmas por turno, ou melhor – Séries: A 1ª, a 2ª e 3ª Série. Sendo esta ultima ministrada
do galpão. Durante o inicio das obras do referido Açude, o vai e vem das
bicicletas ou que fossem de animais passando ao lado do nosso Grupo Escolar e
a voz eloquente do nosso professor, quebravam o silêncio da nossa improvisada “sala de aula”. No entanto, como os meninos daquela época também gostavam de
velocidade, corríamos todos para subir no muro baixo da escola para vermos
aqueles trabalhadores passarem com suas sucateadas bicicletas Monark, cuja aparência
das mesmas (bicicletas) somente se assemelhavam com as fisionomias de cansaço e da
necessidade de alimentos dos seus donos.
Ao reescrever o primeiro
parágrafo do meu arquivo, amarelado pelo tempo, como já foi falado, mas
protegido por quem tem o compromisso de homenagear,
agradecer e tirar do anonimato o meu
povo, eu não poderia e nem deveria deixar de registrar aqui a IMPORTANTÍSSIMA contribuição que os
meus PROFESSORES PRIMÁRIOS me deram,
para ser o CIDADÃO CONSCIENTE, O PAI
DEDICADO e o HOMEM HONESTO que me fizeram ser hoje. Confesso que nessa
passagem, as lágrimas quase não me deixam escrever, mas, procuro ser forte, como
sempre fui, e com isso, os relatos vão fluindo, ou melhor, naturalmente acontecendo.
Antes de agradecer aos meus Professores das primeiras séries iniciais, devo
agradecer EM PRIMEIRO LUGAR a minha SAUDOSA MÃE. Pois ela, além de MÃE foi a que mais contribuiu para a
minha educação. Minha e dos meus irmãos. Lembro-me que todos os dias, inclusive
aos sábados e aos domingos, ela com a sua paciência e maestria me colocava de
frente para ela em uma mesa, e com sua caligrafia invejável e admirada por
muito, fazia o meu dever de casa. “Só vai
brincar quando fizer o dever”! Ordenava ela. Dela, partiu a BASE de tudo
que eu haveria de aprender posteriormente.
Logo, eu completava 07 anos
de idade. Idade de ir para escola. Minha
MÃE com todo CUIDADO ORGULHO e ZELO, me matriculava na 1ª Série da já citada Escola. Não lembro
bem o dia da matrícula, mas, lembro muito bem os primeiros dias de aulas e da
atuação da minha PRIMEIRA e
inesquecível Professora Elóia Fernandes
de Almeida ou “Dona Elóia” como eu a chamo ainda hoje. Não a vejo há muito
tempo, mas sei de suas notícias de perto por meio da sua simpática neta e
colega de academia Najara Suyane.
Com ela, assim como as demais professoras, aprendi os bons costumes, as
primeiras lições, a cobrir os primeiros números, a identificar os “encontros vocálico”, à divisão silábica, as palavras quanto numero de silabas, os
dígrafos, as vogais, as consoantes, enfim, a soletrar as primeiras palavras e a
identificar e pronunciar os primeiros números. A SEGUNDA Professora foi a também saudosa e inesquecível Professora
Antônia Zenilda Maia ou “Dona Zenilda” como também ainda a chamo
hoje. Confesso que foi a professora que mais gostava. Através dela, aprendi a
desenvolver já naquele tempo, a minha singela oratória e também retórica, e nem sabia eu que na Faculdade de Direito a qual estou
cursando hoje, aquele ato de me colocar em pé para ler a lição do dia, diante
dos meus colegas, como: a lição de “Miguelito
no Foguete”, “As Baratinhas Pintoras” entre outras que não me vem à memória
agora, iam me ajudar tanto, frente ao meu curso de Direito. O meu TERCEIRO Professor foi o meu
inesquecível amigo e conselheiro de longas datas - Francisco Gomes Brilhante ou “Chico de Estevão” como é conhecido
por todos daqui. Ele era uma figura emblemática, por sinal, até hoje se
comporta assim. Através dele, aprendi a divisão dos três poderes, quais sejam Legislativos Executivos e Judiciários. Aprendi
também, a ler ou “dar” a tabuada, a distinguir um conjunto unitário de um
conjunto vazio. Aprendi ainda as quatro operações, quais sejam: Multiplicar, Subtrair, Dividir e Somar
entre outras coisas mais que me serviram de exemplos e de experiências para
vida... E aqui eu faço duas perguntas, aliás três, a “geração beleza” de hoje. Vocês sabem das
quatro operações? E a tabuada? Vocês sabem escreverem corretamente? Duvi-dê Ó dó. Por fim, a minha QUARTA e ultima Professora primária foi
a também saudosa e inesquecível Professora - Sebastiana Silvério da Silva, também conhecida como “Dona Loxa.” Na pronúncia deve-se trocar o som de “X” pelo som de “CH”. Essa ultima Professora, era a
mais "temida" pela molecada; pelo seu conservadorismo, que por sinal, se matem
até hoje. Ela era e ainda é uma das professoras da caligrafia mais “invejável”
que tínhamos, tanto assim o era, que alguns alunos de tanto admirá-la acabaram
imitando-a. Através dela, aprendi além de identificar os substantivos, aprendi
também a distinguir as suas espécies. Aprendi ainda, a identificar algumas
palavras tupi-guarani, a grafia das palavras, pois, a mesma, no final de cada
aula, fazia o ditado de palavras, onde ao ditar as palavras, nós tínhamos que
escrever corretamente, caso alguém escrevesse errado, a mesma na sua correção,
além dos “puxões de orelhas”,
colocávamos para reescrever a palavra errada por várias vezes. Durante o ditado
não era raro aparecerem palavras como Pneumático,
Psicologia, Psicanálise entre outras de grafia consideradas difíceis
para os moleques daquela idade e daquela época. Feito esse resgate, ou melhor, essa
singela homenagem aos meus professores primários, talvez a única que foi feita
até então, não poderia terminar, ou melhor, fechar o meu arquivo e guarda-lo novamente nas prateleiras da minha memória, sem antes agradecer de
coração mais uma vez, pela IMPORTANTÍSSIMA
contribuição que estes saudosos professores deram a minha educação e na
educação da molecada da minha tão sofrida e cerceada geração. Enfim, por ultimo,
de maneira ainda emocionada posso dizer aos meus nobres e RARÍSSIMOS LEITORES que ao
final do meu relato, no mínimo vocês haverão de tirar duas conclusões: A
primeira é que sou um HOMEM SOBREVIVENTE, a outra, é que apesar de ter sido aluno destes PROFESSORES, hoje SOU um
ex-aluno
PRIVILEGIADO.
Taí mais um texto. O de Nº 14.
Boa
reflexão! De texto e de imagens.
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