domingo, 18 de setembro de 2016

O Jeep de Chico Antônio.
Quando menino, uma das coisas que mais gostava era de jogar bola e andar de carro. Sendo esta última de difícil realização devido os pouquíssimos carros que existiam na minha cidade. Mas Chico Antônio que era funcionário público estadual acabara de comprar um Jeep de cor azul que além de chamar à atenção da molecada acabou por despertar nos adultos bastante admiração pelo tamanho do feito. O Jeep era um carro famosíssimo na época. Produzido principalmente para trafegar em estradas de barro e desempenhar atividades rurícolas. Nunca desenvolver velocidade altíssima. Tanto assim o é que o seu velocímetros só marca 10, 14, 15, 18, 20..... quilometro por hora. 
Numa tarde fui avisado pelo meu amigo de infância Suetônio que o Jeep de seu tio (Chico Antônio) iria pegar "barro de louça" lá no sítio Fervor. Logo, fiquei na expectativa porque não poderia perder aquela viagem. Por volta das 14:30hs, EU, Suetônio e o dono do Jeep que também era o motorista saímos com destino aquela viajem jamais esquecida. O motorista ocupava o banco da frente(claro), e eu e Suetônio ocupávamos o banco de trás. Momento em que o JEEP percorria a estrada empoeirada, entre um banco e o outro da frente, no pé dos ouvidos do motorista - como si diz no Sertão, olhávamos para o velocímetro e logo começávamos a fazer a leitura do mesmo. Suetônio por sua vez dizia: "Vixe! vai em 14(KM)", tempos depois era eu quem dizia: agora vai em 20(KM) e assim por diante. Foi aí que o motorista de forma enfática, uma vez que o mesmo gozava da fama de ignorante e bruto e já chateado com a nossa "zuada" nos seus ouvidos nos repreendeu: "DEIXA DE SEREM BESTAS MENINOS! Foi aí que o silêncio e o medo sufocou nossa alegria e eternizou (pra mim)aquela viagem.

Por Aurivânio Andrade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário