Mais da metade das 434 vítimas da ditadura desapareceram
O choque que o desaparecimento de uma pessoa causa a familiares e amigos parece ser muito maior que o da morte. Foi a partir dessa consciência, do impacto que um crime como esse poderia exercer sobre as famílias de militantes políticos e sobre as próprias organizações de esquerda, que estimulou o Governo Militar a adotar a prática enquanto política de Estado, entre os anos de 1964 e 1985, no Brasil.
É o que revela o depoimento do ex-coronel Paulo Malhães, que faz parte do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgado ontem (10), em Brasília. Segundo dados do relatório final da Comissão da Verdade, durante o regime militar brasileiro, 243 pessoas foram vítimas de desaparecimento forçado, o que representa mais da metade das 434 vítimas oficialmente assassinadas pela ditadura. Isso significa que até hoje grande parte das famílias desses presos políticos não souberam o que aconteceu com seus entes queridos nem puderam enterrar os restos mortais de parentes como filhos, pais e maridos.
Fonte: Robson Pires
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