Sertanejo improvisa tipoia para manter de pé a última vaca do rebanho dizimado pela seca
Portal Correio – Mais de 40% do rebanho bovino da Paraíba já foi dizimado pela prolongada estiagem. Desesperados com a morte dos animais, pequenos produtores da zona rural improvisam de tudo para salvar as últimas reses. É o caso de seu Jorge dos Santos, 52 anos, que tem um pequeno roçado no município de Itaporanga (na região do Vale do Piancó, a 420 quilômetros de João Pessoa). Sua última vaca leiteira, sem força para se sustentar de pé, é amparada por uma tipoia feita com redes velhas amarradas em quatro traves.
A cena dramática foi registrada pelo padre Djacy Brasileiro, pároco da cidade de Pedra Branca, na mesma região, que vem denunciando a falta de assistências dos governos aos agricultores e produtores que perderam tudo o que investiram por conta da seca.
Seu Jorge tinha 11 animais em seu rebanho. A maioria morreu de sede e fome. Hipertenso, há uma semana ele foi encontrado desacordado no meio do terreiro, próximo de uma vaca que também morreu tentando parir. “A vaca, uma das últimas que eu tinha, morreu depois de tentar parir e não ter forças. Não aguentei de tanta tristeza, passei mal e desmaiei. Sofro de pressão alta e caí ao ver meu animal morrer de fome, sede e sem ter sua cria”, narra.
Ele teve que se desfazer de outros animais, vendendo-os a preço abaixo do mercado local, para fugir de um prejuízo maior. A única vaca que sobrou está magra e mal consegue parar de pé. Pele e osso sustentados por cordas de agave, para tomar água e comer das mãos do seu dono.
Nota do blog PT EM AÇÃO
" O sertanejo é antes de tudo um forte." Quem definiu o sertanejo com esta célebre frase na obra "Os sertões" que retrata a guerra de Canudos, foi o escritor Euclides da Cunha(21/01/1866 - 15/08/1909). E ele tinha razão. Veja a luta desse sertanejo a exemplo de outros que inclusive temos em nossa cidade(Viçosa) que vão usando da criatividade para manter seu pequeno rebanho durante esta triste realidade que ora vive os sertanejos da nossa região.
Aurivânio de Andrade Cezar
redator
Nenhum comentário:
Postar um comentário